O 1º Fórum de Economistas da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), foi uma oportunidade para estabelecer um ponto de situação face a múltiplos pontos de agenda que se têm arrastado do ponto de vista não apenas económico mas também político.
O 1º Fórum de Economistas da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), foi uma oportunidade para estabelecer um ponto de situação face a múltiplos pontos de agenda que se têm arrastado do ponto de vista não apenas económico mas também político.
Um desses pontos, levantados pelo ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, que participou no encontro na qualidade também de representante da presidência rotativa da CPLP que Cabo Verde actualmente exerce, foi a pertinência da criação de um banco de desenvolvimento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, tema esse que regressou à discussão em Julho no âmbito da reunião dos ministros de Negócios Estrangeiros dos países que integram a CPLP.
A ideia de criar um instrumento financeiro da CPLP para apoio ao financiamento de projectos, incluindo a actividade seguradora e de capital de risco, não é nova. E isso mesmo foi muito bem referido pelo secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho, na passada semana.
Assegurada desde há muito a partilha do Português como língua de base identitária partilhada, para além obviamente de outras nacionalmente existentes; reconhecidos os laços culturais como plataforma de entendimento, resta “apenas” dar o salto necessário para que a CPLP se torne efectivamente um espaço económico e social com o mínimo de barreiras à livre circulação de pessoas e bens, potenciando instrumentos eficazes de apoio e combatendo a gigantesca burocracia ainda existente.
Obviamente que a estabilidade política é uma condição “sine qua non” para que isso se verifique. Mas todos os indicadores apontam para que não tenha existido outra altura melhor do que esta para que se passe definitivamente das intenções aos actos.
Esta é uma decisão, aliás, que tem como interessados países como o Japão, que revelou interesse, como observador associado, em fomentar o relacionamento económico com os Estados lusófonos e promover o português no Japão.
Segundo os dados mais recentes, o Japão investiu em África cerca de mil milhões de euros, tendo em Moçambique o segundo maior destino de investimento e ajuda oficial ao desenvolvimento, no valor de 128 milhões de euros.
Saibamos pois dar continuidade fáctica a esta realidade consensual e caminhar de forma célere para que, no mais curto prazo possível, estejamos a debater os passos dados e não a partilhar mensagens imbuídas de vontades, por melhores que elas sejam e são.