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Economia de guerra e a necessidade de um Banco Central da Segurança Social

Já passaram 13 anos desde a crise de 2007 com os Bancos Centrais a fazerem uma verdadeira revolução monetária utilizando medidas não convencionais, com o único objectivo de perpetuar o sistema financeiro, mas criando uma enorme repressão em toda a sociedade.

Economia de guerra e a necessidade de um Banco Central da Segurança Social

Primeiro sem remunerar o dinheiro, depois sem lhe dar valor com taxas zero ou negativas. Esta revolução tem tido como único intuito perpetuar o sistema.

É verdade que esta situação, agora agravada com a crise do vírus, se pode manter ainda durante muito tempo como os acontecimentos recentes parecem querer comprovar. Afinal esta manipulação é feita pelos bancos centrais e a maioria das pessoas políticos incluídos, ainda não entende todo o seu poder.

O primeiro dos Rothschild e fundador da dinastia já dizia: ‘’Deixem-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis’’. O problema é que a economia está parada em todo o mundo, algo que nunca aconteceu desde a segunda guerra mundial.

Com isso, é um poder totalmente arbitrário da gestão global que tem vindo a ser feito por parte de quem controla o dinheiro, mas enquanto as pessoas continuarem a acreditar que o dinheiro que está a ser criado vai salvar tudo, ninguém vai prestar muita atenção aos detalhes.

E entre os detalhes não muito pequenos está, como referimos, o facto da economia estar literalmente parada e a economia é suposta estar em movimento. Ora com o nível de endividamento existente em todos os sectores, parar a economia na sua totalidade não fazia parte de nenhum plano de contingência certamente.

Nestas circunstâncias, os bancos são, naturalmente, um problema e para nos situarmos não podemos evitar pensar no caso Banco Popular que, no dia 9 de Junho de 2017, foi vendido por 1 euro ao Santander, numa decisão tomada em 24 horas.

É que curiosamente, a 29 de Junho de 2016, 11 meses antes, o Popular anunciava publicamente ao mundo os seus altos e excelentes níveis de capital registados nos testes de stress a que tinha sido submetido pelo BCE e Autoridade Bancaria Europeia (EBA).

Os resultados eram então de 13,45% no cenário base e 7,01% no cenário adverso (mas neste cenário nunca foi considerado a paragem da economia). Isto ainda antes de um aumento de capital de 2,5 mil milhões de euros realizado 1 ano antes.

Ora este Popular de Junho de 2016  era o mesmo, que em finais de 2016 tinha apresentado 3,5 mil milhões de prejuízo, porque teve que criar 5,5 mil milhões em provisões para acomodar perdas com empréstimos.

O importante  é perceber a rapidez com que a situação pode ficar feia num banco.

Testes de stress em Junho de 2016 bons. Aumento de capital de 2,5 mil milhões em Julho de 2016 bom, prejuízos de 3,5 Mil Milhões em 2016, mau, e os reguladores Europeus obrigam a uma venda por 1 euro ao Santander em Junho de 2017. Tudo em exactamente 12 meses e a economia em funcionamento.

O Banco Central também tinha  resolvido este problema 3 vezes como vimos, primeiro com o teste de stress, depois obrigando a fazer um aumento de capital, e depois ao obrigar à venda por 1 euro. O Banco Popular tinha um balanço de 150 mil milhões e foi vendido por 1 euro, porque provavelmente não era bom (para referencia o PIB de Portugal era à época de 185 mil milhões).

Mas o Santander resolveu o problema com um aumento de capital de 7 mil milhões?

A situação actual de paragem forçada da economia a nível global é única na história em tempo de paz. Por enquanto os mercados e a sociedade no seu conjunto precisam de continuar a acreditar na história de que os Bancos Centrais e os governos têm a situação debaixo de controlo.

Para os mais cínicos o problema é que, em 2007 acreditavam  na história dos produtos derivados, em Credit Default Swaps para proteger o risco, hoje, acreditam que os Estados se podem continuar a endividar sem risco, que as famílias e as empresas podem continuar a fazer o mesmo sem trabalhar e que os Bancos Centrais têm o controlo da situação.

O crédito é o elixir da sociedade do século XXI. Utilizamos o cartão de crédito quando já não temos dinheiro na conta, as empresas financiam os seus equipamentos com crédito, os carros são comprados a crédito, as casas são compradas a crédito, os estudos são feitos a crédito, os governos só vivem a crédito e os bancos só vivem do crédito, mas é preciso que nada pare para se poder continuar neste ritmo.

Todo o dinheiro em circulação só existe porque ele representa crédito. O perigo está no crédito e agora na capacidade de manter esse crédito, mas é importante não fazer confusão entre mitos e realidades.

E aqui é que está a dificuldade:

O que é mito e o que é realidade?

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As noticias dizem que os bancos vão ajudar na actual situação as empresas e os particulares mas ao que parece…..com a garantia do Estado e um …“pequeno” spread de 3%.

Estas instituições financeiras, apesar de privadas, estão cada vez mais estreitamente ligadas aos governos, porque ajudam a financiar os défices dos Estados e se em dificuldades são ajudados pelos governos desses Estados. Esta pescadinha de rabo na boca não é sustentável, e por essa razão teremos sempre que evoluir para uma outra coisa, é uma questão de tempo e provavelmente existirão muitas soluções.

As pessoas querem desesperadamente acreditar que os governos podem resolver todos os problemas, mas o problema existente é um problema de dinheiro e os Estados não têm dinheiro para o resolver e quem tem autorização para fazer dinheiro, os bancos centrais, são independentes dos governos.

Os grandes bancos crescem em importância sistémica e isso tem implicações estruturais no sistema financeiro e monetário, porque potencialmente podem criar problemas que nenhum Estado poderá controlar.

Como agravante adicional, os bancos com o poder do crédito não só controlam o destino das empresas como chegam a controlar o destino de determinados sectores pela influência que têm nas várias empresas em que participam nos vários países. É possível que uma boa parte das pessoas esteja pouco atenta com este tipo de situações, mas a realidade é que nos afecta a todos no dia a dia porque induz mais regulação e menos concorrência, o que prejudica consumidores e a economia em geral.

Em 2012, sugeri no livro “Capitalismo sem Capital”, que o Banco Central passasse a ser da Segurança Social, para que a dívida pudesse ser transformada em capital e este ficasse na posse dessa Segurança Social, ou seja, de todos os contribuintes. Este mês voltei a este tema no artigo ‘’Talvez um mal que vem por bem’’ e no artigo “Alavancagem em excesso’’.

Os bancos não têm condições para continuar a operar num sistema fraccionário e continuarem entidades independentes do Banco Central e dos Governos, como ficou mais uma vez demonstrado, com as garantias prestadas pelo Estado para exercerem a sua actividade nesta crise do vírus.

Os bancos são actualmente dependências do Banco Central e devem ser refundados e obrigados a operar com 100% de reservas, se querem deixar de o ser, para que a economia volte a ter moral e os bancos voltem a ter liberdade de mercado.

Um banco a operar com 100% de reservas quer dizer que para emprestar terá que ter primeiro a confiança dos clientes que queiram emprestar ao banco com os seus depósitos.

Como referi, esta proposta de se repensar o sistema financeiro e o dinheiro no século 21 foi algo que levantei em 2012, como reflexão da crise de 2008. Infelizmente a sociedade está organizada por forma a ter uma cultura de dizer mal do que aconteceu ontem, mas muito pouco interessada em pensar no que pode acontecer amanhã.

Este tema não é, neste momento, um problema para amanhã é um problema hoje e tem sido um problema nos últimos 8 anos ocultado por paliativos.

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Sem taxas de crescimento consentâneas não é possível amortizar divida publica ou privada.

Ora os países estão parados, as empresas estão paradas, não vai haver crescimento económico nem modelo financeiro assente na expansão. Sem crescimento, não há rentabilidade que permita expansão bancária e se não há expansão bancária, muito provavelmente o sistema financeiro tem mais risco que aquele que é calculado matematicamente.

O risco sistémico está agora nos bancos centrais que estão certamente a planear a sobrevivência do sistema financeiro a nível mundial, mas a verdade é que não temos ideia alguma do que irá acontecer, e nenhuma ideia se conhece de possíveis soluções para além das tradicionais de injectar mais dinheiro comprando divida.

Um estudo de 2017, sobre o sector bancário, chegou à conclusão que quanto maior a concentração, maiores as taxas e menor o juro oferecido aos clientes. A concentração bancária promovida pelo BCE é uma ameaça à livre concorrência, mas enquadra-se provavelmente no plano traçado para manter o status quo.

A Comissão Europeia através da comissária dinamarquesa Margrethe Verstager encomendou um estudo detalhado sobre as consequências para a UE desta situação, o resultado não é conhecido.

Mas não será difícil conhecer as consequências, se se pensar que em 1910 um grupo de banqueiros se reuniu na ilha de Jekyll nos Estados Unidos com a intenção de resolver algumas situações prementes à época como:

  • A cada vez maior influência dos bancos pequenos e a necessidade de concentrar poder em poucas instituições.
  • A necessidade de aumento da massa monetária para poder financiar a indústria.
  • Criar um modelo que permitisse ao contribuinte pagar em última instância.
  • Convencer o governo americano que as medidas eram do interesse público em geral e não do interesse dos bancos.
  • Criar um banco central para proteger os bancos. O resultado foi a criação da FED em 1913.

Revendo os 5 pontos debatidos, vemos como foram importantes os resultados obtidos no seguimento das acções tomadas. Neste caso específico:

  1. Concentrar uma influência determinante em poucas instituições.
  2. Conseguir com ‘’Quantitative Easing’’ o aumento da massa monetária para poder financiar tudo, mas sobretudo os bancos.
  3. Conseguir que o modelo criado funcione perfeitamente para fazer pagar o contribuinte em última instância.
  4. Conseguir convencer o governo americano e a maioria das pessoas que as medidas necessárias eram do interesse do público em geral e não do interesse dos bancos.
  5. Conseguir criar o tal banco central como previsto.

Os bancos Centrais só criam mais dinheiro, não criam riqueza.

Este novo dinheiro vai para o sistema financeiro mas são os que estão no topo da pirâmide que têm acesso ao crédito em primeira mão.

O risco de queda nos mercados de divida, como aconteceu agora, ou no mercado imobiliário, como aconteceu em 2008, é a razão pela qual os bancos precisam de um banco central, e muitas vezes de resgates.

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É este sistema monetário e financeiro, a razão de ser da nossa sociedade viver o modelo actual e a razão porque estamos na necessidade de alterações importantes porque a combinação destas e de outras tendências é perigosa, porque trilham um caminho incompreendido pela maioria das pessoas.

Os que não têm dinheiro não percebem porque lhes custa tanto, o dinheiro que precisam, quando toda a gente fala em taxa zero. Os juros são supostos ligar o dinheiro, o tempo e a economia. Uma taxa de juro de 10% significa que reavemos o capital em 10 anos e com uma taxa de juro a 1% precisamos de 100 anos para reaver o mesmo capital.

Ambas as situações já não significam nada para as pessoas, existe uma geração que só conhece taxa zero e não tem cultura de investimento, nem percebe a racionalidade do conceito, porque o conceito já não existe.

Esse é o mais importante sinal que o modelo está esgotado.

Este é o momento para se criar um novo modelo, mais justo, que dê a protecção de um Estado Social, incluindo todos, ao mesmo tempo que cria as condições, para uma nova época de crescimento económico. Esse modelo é o de um banco central da Segurança Social.

Todos os bancos centrais têm actualmente balanços alavancados em virtude de a sua politica ser criar dinheiro de forma digital, para a seguir comprarem outros activos, tais como obrigações, moeda ou ainda futuros acções ou ETFs.

O balanço de um banco central é por norma constituído pelo passivo, que representa o dinheiro por eles próprios criado, e o activo, que é tudo aquilo que foi adquirido com esse dinheiro.

É este poder que cria o sentimento generalizado que existe uma entidade que pode resolver a situação, porque está acima das regras que se aplicam aos outros, tem uma espécie de “poder divino’’.

A razão por que é necessário mudar de paradigma é que todas as intervenções dos bancos centrais não resolvem a situação, antes pelo contrário, só pioram, porque promovem a desigualdade usando um sistema financeiro sem capital que só pode beneficiar aqueles que têm tempo ou podem ganhar tempo com as suas garantias, o que como se sabe não é a situação da maioria da sociedade.

A inovação está no facto dos Bancos Centrais dos Países ditos desenvolvidos terem conseguido manipular a economia ao ponto de se tornarem na própria economia. O balanço do BCE corresponde ao PIB do Japão, a terceira maior economia do mundo. Os lucros destes bancos têm origem em investimentos feitos com dinheiro criado do nada.

Tendo em consideração a revolução monetária em que nos encontramos, promovida pelos bancos Centrais, a pergunta que fica é :

Haverá limite?

Não poderiam os bancos centrais, fazendo o mesmo, actuar por conta da segurança Social em beneficio de todos? 

Podem, isso já o provaram os próprios bancos centrais com as politicas praticadas estes últimos 10 anos. Essa é a razão pela qual um banco Central da Segurança Social é fundamental.

Convém se calhar recordar como funciona a actual Segurança Social. Ela é entendida por todos os contribuintes como a entidade que gere as actuais responsabilidades com as contribuições dos actuais trabalhadores.

E que, por força das circunstâncias, em particular das actuais, irá dizer que entrou em dificuldades não podendo por isso continuar a cumprir com a sua finalidade, pelo que irão reduzir-se os benefícios de forma gradual, até que não exista capacidade financeira para assumir as responsabilidades.

Ora, uma segurança social falida é potencialmente geradora de crises e de rupturas sociais. Pelo que faz falta uma solução que clarifique a mente dos contribuintes, ajude à democracia e elimine os receios de uma crise económica capitalizando a actual imagem do Estado e os torne parceiros de um projecto, com aceitação entusiástica!

Para a implementação da lógica apresentada, é forçoso começar tudo de novo. A confusão e a complexidade da situação actual, recomenda que se actue como se não existisse nada actualmente porque na realidade não existe nenhum rendimento mínimo garantido.

Mas este rendimento mínimo garantido deve substituir os múltiplos benefícios avulso existentes actualmente, com a contribuição exclusiva do Banco Central da Segurança Social.

Esta situação deveria iniciar a reforma do modelo de Segurança Social e simultaneamente iniciar um modelo de reforma da sociedade, de forma a ligar a segurança social leia-se rendimento mínimo garantido, ao processo de crescimento da economia.

A pergunta que estarão a fazer é como se pode rentabilizar este Banco Central da Segurança Social?

A forma mais simples de alterar o rumo dos acontecimentos é valorizando os activos da Segurança Social no mercado de capitais, e até aqui nada de novo porque é o modelo que tem sido seguido nos últimos anos pelos actuais Bancos Centrais.

Os activos têm se valorizado nos últimos anos por força do crescimento da massa monetária criada pelos bancos centrais. Recordo que um banco central cria dinheiro que não existe para comprar activos, e o mesmo fará o banco central da segurança social.

O Banco Central da Segurança Social deverá garantir ainda para além do rendimento mínimo a reforma do trabalhador que deverá ser indexado à sua vida de trabalho, para que a sociedade do futuro tenha um comportamento moral.

A defesa da dignidade humana não é o mesmo que garantir uma hipócrita igualdade quando somos todos diferentes.

Ter um trabalho não é o mesmo que ter uma ocupação, fazer parte do sector produtivo não é o mesmo que ser consumidor. Pretende-se garantir a meritocracia o empreendedorismo e a propriedade privada, mas ao mesmo tempo pretende-se garantir o Estado Social e a dignidade daqueles que Yuval Harari designa por inúteis, uma casta que irá nascer neste século resultante da robotização da sociedade.

Voltando ao funcionamento do Banco Central da Segurança Social, a primeira coisa a fazer, logicamente, será identificar os investimentos com maior retorno e menor risco. Com maior retorno, os investimentos em acções nos mercados mobiliários são os que apresentam estatisticamente melhor resultado.

Bancos Centrais e o impacto na economia

A questão do risco é mais dúbia mas maleável.

É importante definir o risco nas acções. E quanto a nós, é importante defini-lo claramente porque é sentido pela população em geral que o investimento em acções envolve muito risco. Risco, para efeitos de reforma, deve ser entendido como a possibilidade de as cotações baixarem, por vezes bastante, para níveis inferiores aos de compra, especialmente quando o detentor pretende realizar liquidez.

Por oposição, existe o risco de os títulos estarem valorizados, até muito valorizados, permitindo com isso ao seu detentor uma reforma confortável, especialmente se for no momento em que pretende realizar liquidez.

Em suma, o risco é essencialmente um risco de volatilidade que alterna entre o optimismo e o desespero, o que não se pretende, especialmente quando o contribuinte estiver para atingir a sua idade de reforma.

No entanto e apesar dos receios, só o tempo elimina este problema. Quanto mais tempo se tiver, mais diluído fica este risco.

Desde 1870 até agora 93% das vezes foi possível mais que duplicar o capital investido em períodos de 40 anos, nos Estados Unidos.

Se aplicarmos esta metodologia no futuro, teremos o seguinte para um trabalhador com um rendimento de 32800 euros considerando que fará uma retenção de 12,4% para a segurança social (um aumento de 1,4% dos actuais 11% de desconto) nos próximos 40 anos terá contribuído no final um montante de 300.000 euros, assumindo uma inflação salarial de 3%.

No final, terá uma reforma de 3.200.000 euros considerando a valorização média anteriormente calculada. A sua conta reforma pode então ser transformada numa anuidade ou utilizada pelo reformado numa percentagem anual de distribuição.

Repare-se que se utiliza exclusivamente o desconto efectuado pelo trabalhador, não sendo necessários os montantes assumidos pela entidade empregadora. Estes montantes serão utilizados de outra forma, como veremos adiante.

O Banco Central da Segurança Social pode actuar como garante da performance do investimento baseado nas estatísticas e nas probabilidades inerentes ao histórico público existente desde 1870.

Um mínimo e um máximo podem inclusive ser aplicados, por exemplo retornos mínimos de 25% e máximos de 1500% permitindo ao Banco Central da Segurança Social intervir em situações excepcionais, quer como vendedor, quer como comprador. Desde 1870 este mínimo nunca foi atingido e o máximo foi-o 40% das vezes.

Estas contas poupança reforma podem e devem ser detidas pelos próprios, no Banco Central da segurança social. Propriedade, independência e acesso à riqueza não tem que ser o privilégio de alguns, esta é a esperança de qualquer cidadão e esta é a oportunidade para a refundação de um Estado Social e a criação de uma verdadeira nova economia.

Paradoxalmente, esta é a forma de se efectuar o maior plano de redistribuição de riqueza social desde a criação do imposto sobre o património, com a implementação do rendimento mínimo.

A longevidade deixa também de contar com estas reformas pessoais. Pode-se viver o tempo que se viver os benefícios e património estão sempre garantidos e pertencem ao contribuinte até à sua morte.

Esta solução, diferente para a Segurança Social, dará primazia às acções porque representam capital e não divida e só depois à divida Publica. A dívida Publica é a divida do Estado que que só deve estar sujeita a taxa de juro de mercado a partir de um estipulado rácio divida/PIB, por exemplo os 60% que estavam estipulados no tratado Europeu.

Qualquer país com divida até 60% do PIB não teria juro, seria subscrita por dinheiro criado pelo banco central da segurança social. Acima de 60%, a divida emitida passaria a estar sujeita a uma taxa de mercado.

Recordamos que no modelo social preconizado, o estado não tem que suportar o custo Social com os seus contribuintes, pelo que não existe razão para não gerir bem o activo publico.

Este modelo de Estado Social com base num Banco Central da Segurança Social propõe-se tornar o capitalismo verdadeiramente capitalista, ao fazer de cada contribuinte um accionista, que deve assumir o seu risco de viver a sua vida de acordo com os seus princípios e as suas motivações, mas com a garantia que existe um rendimento mínimo.

Veja-se o efeito na produtividade se um contribuinte atingir os seus objectivos de reforma antes do final do plano e poder assim dar lugar a outro.  Veja-se a segurança de ter um banco central que aplica a famosa ‘’put de Greenspan’’ a favor do Estado Social e não da especulação dos bancos.

Pensamento:

‘’Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O crédito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado’’

Karl MarxO Capital, 1867

 

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