Nas últimas semanas, as notícias são aterradoras. O PIB das economias ocidentais está em queda livre. No segundo trimestre, a queda em relação ao primeiro trimestre é alarmante.
No caso de Espanha, Portugal e Itália, o PIB retrocedeu -18,5%, -14,1% e -12,4%, respectivamente. Algo nunca visto!
Nos Estados Unidos, a situação não é diferente: a queda foi de de -9,5% (-32,4%, taxa anualizada).
Além disso, todos os países apresentaram quedas no primeiro trimestre; a excepção foi a Suécia, em que no primeiro trimestre cresceu e no segundo apresentou o melhor desempenho relativo, uma queda de -8,6%, a menor entre os demais países.
A taxa de desemprego nos EUA aproxima-se de valores apenas registados na grande depressão de 1929; no entanto, as suas bolsas de valores, como o Nasdaq, continuam a apresentar os melhores desempenhos mundiais, registando máximos históricos sem fim.
Na Figura 1, podemos constatar que os índices norte-americanos, apesar da “pandemia” Covid-19, excepto o DOW 30, encontram-se no verde no presente ano.
O NASDAQ 100, o S&P 500 (sp500) e o DOW 30 sobem 25%, 3% e -3%, respectivamente, entre o final de 2019 e o fecho da sessão do último dia 11 de Agosto.
O índice DAX-30, o principal índice alemão, é o único que acompanha os índices norte-americanos, com uma queda de -2% em 2020, mas próximo do seu máximo histórico – distância de 6%, registado em Fevereiro último.
A par do NASDAQ-100, os metais preciosos são as grandes estrelas do ano. A Prata subiu 40% e o Ouro mais de 25% desde o final de 2019. No caso do NASDAQ-100 e do Ouro, estes dois activos financeiros registaram máximos históricos durante o mês de Agosto.
O IBEX-35 e o PSI-20 continuam a não desiludir no caminho para o abismo. Apresentam quedas de -24% e de -15%, respectivamente. A situação do mercado de capitais nestes países é um absoluto desastre; no caso do PSI-20, o seu máximo histórico ocorreu em 2000!
A sua actual cotação representa apenas 30% deste máximo (70% de distância) distante, apenas superado pelo Petróleo. Apesar desta situação, seguramente, os preços nas bombas de gasolina irão continuar em máximos – o latrocínio dos contribuintes não tem fim!
Vamos agora analisar a situação do S&P 500, o mais importante índice bolsista mundial.
Tal como podemos observar na Figura 2, apesar de ter rompido a linha de tendência desde o início de 2009 em Março/Abril do presente ano, recuperou-a e encontra-se, uma vez mais, próximo do máximo histórico, registado em 19 de Fevereiro último: nos 3 386 pontos.
A recente evolução do sp500 deixa muito claro que o banco central norte-americano, a Reserva Federal, não deixará rebentar a maior bolha bolsista da história, imprimindo o que for necessário para resgatar os bancos e as grandes empresas cotadas em Wall Street.
Na Figura 3, podemos observar que estas subidas são pura ilusão monetária, quando se aplica uma moeda utilizada pela humanidade há mais de 5 mil anos, o Ouro, para cotar o índice sp500 desde 1971 – ano em que deixou de ser a moeda da humanidade.
Na Figura 3, o sp500 cotado em onças de Ouro confirmou a sua tendência descendente em Maio do presente ano, rompendo uma bandeira, no sentido descendente. O próximo suporte situa-se em torno das 1,5 onças de Ouro por índice.
A bolha é gigante: no presente momento, as cinco maiores empresas, tendo como critério a capitalização bolsista, representam 25% do índice sp500; no anterior máximo, registado em 2000, em plena bolha tecnológica, as cinco maiores representavam 18% do índice sp500. Vivemos tempos inéditos!
Na Figura 4, podemos ver as cinco empresas do momento: Apple (6%), Amazon (5%), Microsoft (5%), Alphabet (5%) e Facebook (2%).
Todas as estas empresas são campeãs dos denominados buybacks – recompra de acções próprias.
Através da emissão de dívida “grátis” – presente do banco central – , compram-se acções da própria empresa no mercado. Esta pressão compradora provoca a subida do preço da acção na bolsa de valores; por esta razão, a Amazon regista uma subida de 70% e a Apple de 55%, isto num ano de “cataclismo pandémico”!
Em 2012, os bancos centrais anunciavam-nos que iriam utilizar a política monetária para estimular a subida dos preços em bolsa dos activos financeiros, tanto acções como obrigações, estimulando, desta forma, os consumidores, mas esquecendo-se de nos informar que são precisamente os multimilionários os detentores destes activos financeiros.
Mais uma vez, segundo o propagado, toda a população iria beneficiar destes programas inovadores, que mais não é do que a velha patranha de imprimir dinheiro. Na altura, em 2012, foi pomposamente baptizado de “Trickle-down Central Banking”.
Isto na teoria; na prática, é o que podemos observar na Figura 5; como é habitual dizer-se: uma imagem vale por mil palavras!
No momento que vivemos, julgo interessante propor uma nova empresa ao mercado com o seguinte programa e nome: CompraPropria-com.
Anunciava-se uma Oferta Pública Inicial, com a garantia aos accionistas que as suas acções seriam recompradas no mercado.
Ideia de negócio ou plano – receitas, investimentos e custos- seria absolutamente desnecessário. Apenas prometia-se a recompra de acções.
Depois de colocadas no mercado, emitiam-se obrigações – títulos de dívida -, com o propósito de financiar a compra de acções na bolsa de valores. Fruto da pressão compradora, o preço da acção subiria e o número de acções nas mãos dos investidores iria diminuindo, até chegar o momento em que poucas acções estariam nas suas mãos.
Ao mesmo tempo, os detentores das obrigações continuavam com uma dívida e juros por cobrar.
Fácil. Em relação à dívida, vendiam-se as obrigações à Reserva Federal, tal como aconteceu em Abril, Junho e Julho do presente ano. Em relação às acções, anunciava-se um stock-split, e, de novo, uma montanha de acções nas mãos dos accionistas; e o processo começaria outra vez; e assim sucessivamente.
Parece fácil! Bem-vindos ao novo mundo dos bancos centrais!
Em 2008, o meu colega Paulo Pinto, no livro “Capitalismo sem Capital”, anunciava algo semelhante, mas havia um pescador a produzir alguma coisa na sua história. Em 2020, a produção tornou-se desnecessária: apenas a mão dos bancos centrais e a vontade de confiscar sem qualquer pudor.
Enquanto este saque decorre sem sobressaltos de maior, pois é feito em nome de estímulos e ajudas à economia, a farsa Covid-19 soma e segue; ocupa 24 horas a população, tal a propagação de terror e pânico infundido pela imprensa- talvez chamar-lhe propaganda seria mais apropriado.
Uma coisa é certa: tal como a bolsa norte-americana não pára de registar máximos, nos últimos tempos, também a estupidez humana regista máximos todos os dias.
Para piorar, o número de tiranos multiplica-se todos os dias, decretando proibições, impondo indumentária Chernobyl, punindo comportamentos; um sem fim de regras e multas, com o propósito, segundo parece, de destruir vidas e a economia.
Em Melbourne, Austrália, foi decretado um confinamento à sua população. A polícia vigia sem tréguas os que se opõem ao uso de máscaras.
Quantos óbitos por Covid-19 se registaram na Austrália desde o início da “pandemia”? A 14 de Agosto de 2020, um total de 376 óbitos; numa população de 25 milhões, é algo em torno a 0,0015%. Podemos imaginar o perigo que o bicho representa por estas paragens…
Em Berlim, Alemanha, no último dia 2 de Agosto teve lugar uma manifestação contra o uso generalizado de máscaras. Milhares de pessoas não praticaram o distanciamento social e recusaram-se a usar máscaras.
Como já passaram os 14 dias de incubação, certamente devem estar a ser anunciados milhares de mortes e infectados; aguardamos a qualquer momento o anúncio….
Esta semana, a Rússia anunciou uma vacina Covid-19 ao mundo!
Esperar-se-ia ser recebida com múltiplos laudatórios, atendendo que no início da “pandemia”a vacina seria a salvação do mundo (notícia 1; notícia 2), segundo a imprensa ocidental; toda a humanidade deveria pôr de lado a sua desconfiança, mesmo tendo em conta que a mesma teria de ser criada em poucos meses…
Aconteceu precisamente o contrário! Os mesmos que pediam uma vacina, assim como os crentes aguardam o messias, agora pedem cautela e moderação (notícia 1; notícia 2; notícia 3). Tal como no “Triunfo dos Porcos”, nesta “pandemia” há vacinas mais iguais que as outras….
Também descobrimos que temos cidadãos mais iguais que outros. Alguns (notícia 1; acordão) podem desafiar as ordens dos tribunais, no melhor estilo: eu sou o dono da quinta, dá-me igual a lei!
Igualmente no decorrer desta semana, recebemos a notícia de que uma ordem profissional solicitou ao governo que imponha o uso obrigatório de máscaras – atenção, eles não recomendam, solicitam uma imposição sobre os demais, sem fundamentar as razões de tal recomendação.
Aparentemente, os países nórdicos e a Holanda, onde tal medida não existe, devem ser estúpidos. Não devem estar ao corrente dos excelentes resultados da vizinha Espanha, onde tal tirania é imposta à população.
Também não deverá ser do seu conhecimento as recomendações da própria Organização Mundial de Saúde – atenção, uma das responsáveis pelo pânico que estamos a viver – , que afirma no seu documento do último 5 de Junho, página 6, o seguinte: “No presente momento, o uso generalizado de máscaras por pessoas saudáveis…ainda não é suportado por evidências científicas directas ou de elevada qualidade e há benefícios e prejuízos que devem ser considerados”.
Aparentemente, tal obrigatoriedade é suportada no “achometro”. Definitivamente, estamos na mão de aspirantes a tiranos!
Como a Suécia não seguiu a tirania dos demais países, em particular o encarceramento de pessoas saudáveis – algo nunca visto na história da humanidade – , a imposição de máscaras, o encerramento de escolas e restrições às liberdades individuais, é todos os dias denegrida pela imprensa.
O recurso à mentira é uma constante. Segundo a propaganda, a Suécia tem uma mortalidade muito superior quando comparada com as dos seus vizinhos nórdicos; claro está, porque não decretou o encarceramento da população saudável. Vamos então aos factos.
Na Figura 6, podemos observar que a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes para a população com idade inferior a 70 anos foi a terceira mais baixa dos quatro países: 122 óbitos em 2019/2020 por 100 mil habitantes para as semanas 45-52 de 2019 e 1-29 de 2020.
Os dados dos óbitos, desagregados por faixa etária, podem ser obtidos aqui; da população, desagregada por faixa etária, aqui.
Ocultam o seguinte facto: a população da Suécia e da Finlândia com idade igual ou superior a 70 anos representa 15% do total da população, enquanto na Dinamarca e Noruega este valor é inferior. Também podemos constatar que 2019/2020 apresentou uma taxa de letalidade nestes países inferior a anos anteriores, excepto a Suécia com uma ligeira subida em relação a 2018/2019, mas claramente inferior a períodos anteriores.
Tais números arrasam os argumentos a favor de impor um confinamento à população saudável.
Em relação à população com idade igual ou superior a 70 anos, podemos observar os dados na Figura 7.
Efectivamente, ocorreu uma subida na Suécia em relação a 2018/2019; no entanto, é um valor inferior a 2015/2016, 2016/2017 e 2017/2018.
Em anos anteriores, com uma taxa de mortalidade superior, não houve necessidade de impor restrições às liberdades das pessoas, porque seria necessário agora?
Isto só pode piorar.