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O Dinheiro é a lei de todas as ganâncias – Parte I

  • O Dinheiro é a lei de todas as ganâncias

O dinheiro estabelece na sociedade moderna as relações entre pessoas. Um deve, o outro empresta. Um pode comprar, o outro tem de vender. Um emprega, o outro é empregado.

Pode-se dizer que o poder também estabelece relações entre as pessoas. Um impõe a lei, outro submete-se a ela. Um interpreta a lei como melhor lhe convém, outro obriga-se a seguir a nova interpretação. Um pode e manda, outro precisa de bom senso do que manda.

Imagine-se agora aqueles que têm dinheiro e poder. Vem isto a propósito de quê? Creio que do imenso lodaçal em que estamos atolados.
Veja-se, por exemplo, as orientações relativas a determinados aspectos dos requisitos da DMIF em matéria de adequação.

Orientação geral

”As empresas de investimento devem informar os seus clientes, de forma clara e simples, de que a avaliação de adequação é efectuada para lhes permitir agir no melhor interesse do cliente. As empresas de investimento não devem, em momento algum, gerar qualquer ambiguidade ou confusão quanto às suas próprias responsabilidades no processo.”

Nas orientações pormenorizadas encontramos:
”No interesse da clareza, relembra-se às empresas que a avaliação da adequação não se limita às recomendações de compra de um determinado instrumento financeiro. Todas as recomendações têm de ser adequadas, seja uma recomendação de compra, manutenção ou venda, por exemplo.

As informações sobre a avaliação da adequação devem ajudar os clientes a compreender o propósito dos requisitos definidos, e incentivá-los a fornecer informações precisas e suficientes sobre os seus conhecimentos, experiência e situação financeira e objectivos de investimento.

As empresas de investimento devem chamar a atenção do cliente para a importância de reunir informações completas e precisas para que possam recomendar produtos ou serviços que lhe são adequados.”

Agora imagine um governo com governantes que vêm do sector da banca obrigados a seguir orientações similares.

O Estado deve informar os seus governantes, de forma clara e simples, de que a avaliação de adequação é efectuada para lhes permitir agir no melhor interesse do cidadão. Os governantes não devem, em momento algum, gerar qualquer ambiguidade ou confusão quanto às suas próprias responsabilidades no processo.

No interesse da clareza, relembra-se aos governantes que a avaliação da adequação não se limita às recomendações de compra, de determinados instrumentos financeiros.

Todas as decisões têm de ser adequadas, seja uma recomendação de compra, manutenção ou venda, por exemplo. As informações sobre a avaliação da adequação devem ajudar os governantes a compreender o propósito dos requisitos definidos e incentivá-los a fornecer informações precisas e suficientes sobre os seus conhecimentos, experiência e situação financeira do País e objectivos de investimento.

O Estado deve chamar a atenção dos governantes para a importância de reunir informações completas e precisas para que possam recomendar produtos ou serviços adequados ao País.

Este é o mundo em que vivemos, as obrigações de uns não são extensíveis a quem impõe essas obrigações.

É um mundo de controlos e de evidências que devem poder ser comprovadas mas de forma automática seguindo um manual de procedimentos sem ser preciso pensar.

As leis têm de ser aceites, depois aplicadas, depois substituídas por outras mais actuais, normalmente mais complexas e mais ridículas. Isto é extensível a todos os sectores tanto na finança como na manutenção de ‘software’ por exemplo.

Tudo se torna cada vez mais sofisticado e mais complexo e com isso sobe o risco, sobem os custos e os sistemas ficam mais frágeis. Valerá a pena se não se utilizar o bom senso, o livre arbítrio, se não se assumirem responsabilidades? Eu creio que não.

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