Os mercados de futuros têm esta terrivel tendência para estarem em pânico 59 minutos em cada hora. Ora estão em pânico a comprar ora estão em pânico a vender.
O crude tem estado em pânico do lado da compra e essa é a razão pela qual está a fazer novos máximos,mas desta vez históricos.
Conhecem a nossa posição sobre o sector energético no longo prazo, mas precisamos de fazer algumas actualizações.
A subida verificada nos mercados de futuros está a ser mais rápida do que o que seria desejável. O nosso objectivo para este ano está nos 64 USD, e hoje o crude esteve perto dos 58. De Outubro a Dezembro verificou-se uma queda de 21%, desde então já subiram 36%. Esta volatilidade é fruto da especulação e não tem razões fundamentais subjacentes.
O crude está 58% mais caro que o seu valor de há 12 meses, mas os inventários também são superiores em 9%. Não existe portanto desequilibrio entre a oferta e a procura, aliás os inventários de crude actuais estão ao nivel dos verificados em 2002 quando o crude estava nos 20USD.
Só podemos concluir que as expectativas não são positivas e a especulação tomou conta do processo, pelo que uma correcção pode acontecer a todo o momento e trazer de novo o crude para os 50 USD.
Essa correcção é tanto mais provável agora que parece estar estabelecido um consenso quanto ao desequilibrio existente entre a oferta e a procura do petróleo. Os consensos por definição são zonas de perigo nos mercados financeiros.
Em conclusão, se não temos nenhuma alteração a fazer ao nosso relatório de 10 de janeiro, este follow up serve para alertar para uma provável correcção de curto prazo, que em nada irá alterar a nossa previsão de longo prazo.