Conhecer o risco envolvido no seu investimento e conhecer o risco que está na disposição de tolerar emocionalmente são as duas componentes de risco que precisa de equilibrar.
O medo que inevitavelmente está associado ao risco é o maior inimigo do investidor. O medo turva o processo decisional. Apesar de ninguém no seu perfeito juízo fazer um investimento que sabe de antemão que vai resultar em prejuízo, a verdade é que o investimento hoje em dia tem sempre associados prejuízos de curto prazo que têm de ser assumidos e entendidos para se obterem lucros de mais longo prazo. É muito importante que o investidor tenha a noção disso para não ser apanhado de surpresa. A surpresa nestes casos leva sempre a que se tomem decisões erradas como, por exemplo, alterar a estratégia ou até sucumbir à emoção e simplesmente abandonar porque se convive mal com as perdas. Abandonar é garantir que a sua perda se tornará permanente.
Evitar este tipo de comportamento só se consegue quando se conhece a sua tolerância ao risco.
A vida é uma actividade de risco que as pessoas aprenderam a dominar. Existe risco quando se conduz, quando se pratica desporto, quando se atravessa a estrada, mas ninguém pensa nisso, porque esse risco está dominado.
Com dinheiro é diferente. O dinheiro representa estatuto social, poder, segurança, liberdade e ninguém quer perder esses atributos.
Então qual é o nível de risco que se está na disposição de assumir exactamente, sabendo, por exemplo, que nos índices ocorrem estatisticamente 5% de correcção de 3 a 4 vezes põe ano e normalmente depois do anúncio dos resultados trimestrais, e que 10% de correcção ocorre pelo menos uma vez por ano e normalmente entre Setembro e Novembro?
De acordo com estas estatísticas uma correcção deste tipo pode acontecer a todo o momento.
Quando se considera a alavancagem de alguns produtos convém lembrar que se essa alavancagem for de 5 vezes, qualquer variação negativa de 4% representa uma perda efectiva de 20%.
Os mercados estiveram extraordinariamente bem nos últimos 8 meses. Esperar a continuação deste ritmo de subida em 2010 não parece razoável e requer uma correcta avaliação do risco.