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Ouro: A defesa contra os Bárbaros?

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Em 1924, o economista John Maynard Keynes, ainda hoje celebrado por inúmeros banqueiros centrais e afamados economistas, afirmava: “Na realidade, o Padrão Ouro já é uma bárbara relíquia do passado”. Será mesmo assim?

Ouro: A defesa contra os Bárbaros?

No último dia 9 de Setembro de 2019, o Ouro, cotado em Euros, atingiu um novo máximo histórico: 1.410 Euros por onça (cerca de 31 gramas), correspondente a 45.333 Euros por Kg.

Desde o anterior máximo, em 3 de Outubro de 2012 (1.378 euros por onça), a tendência ascendente foi interrompida, ocorrendo uma consolidação do preço até Janeiro do presente ano.

Esta consolidação gerou a formação de um triângulo simétrico, um padrão muito utilizado pela análise técnica; no entanto, este não cumpriu com todos os requisitos desta teoria, atendendo que o preço não rompeu a figura nos primeiros dois terços da mesma, mas apenas em Janeiro do presente ano, já muito próximo do vértice do triângulo.

A ruptura do triângulo deu continuidade à tendência ascendente que existia desde Janeiro de 2005. Por outro lado, ocorreu um duplo topo, tal como já indicado, em Outubro de 2012 e Setembro de 2019, que poderá representar a inversão da tendência ascendente.

Desta forma, os próximos meses são de extrema importância, em particular saber se a consolidação dos 1.450 Euros por onça irá ocorrer, garantindo, desta forma, que a actual resistência de 1.410 Euros se torna definitivamente um suporte importante (o anterior máximo).

Porque motivo o preço do Ouro continua a ser de extrema importância para os mercados financeiros?

Em primeiro lugar, importa ter em conta que foi usado pela humanidade há milhares de anos como moeda.

No mundo ocidental, o Ouro foi utilizado como divisa nos últimos 5 mil anos, em resultado das suas características únicas:
  1. Escasso;
  2. Não se deteriora com o tempo;
  3. Facilmente divisível; pode ser armazenado e transportado com facilidade.

O seu papel como moeda teve o seu fim: em Agosto de 1971, o presidente Nixon determinou o fim da convertibilidade do dólar norte-americano em Ouro. O sistema monetário era definitivamente nacionalizado.

A partir dessa data, os banqueiros centrais, nomeados por políticos e burocratas, passaram a ter uma ferramenta muito poderosa nas suas mãos: a decisão de determinar a quantidade de moeda em circulação; o caminho para a inflação sem limites estava aberto.

Desta forma, a partir dessa data, em lugar do seu papel como divisa, o Ouro tornou-se o melhor indicador da inflação existente no sistema monetário, a forma mais subtil de confisco dos cidadãos.

É importante notar que os Estados possuem três formas de confiscar os seus cidadãos:

  1.  Através de impostos;
  2. Emissão de dívida;
  3. Inflação.

Esta última é a preferida da classe dirigente, uma vez que não é percepcionada pelos cidadãos. Este fenómeno implica custos substanciais e ocultos para a generalidade da população, uma vez que o dinheiro que existe no seu bolso perde poder aquisitivo.

Neste contexto, os pobres são os que mais sofrem, atendendo que são os últimos a ver nos seus bolsos a nova massa monetária, precisamente no momento que a subida generalizada dos preços já teve lugar; ao contrário dos mais afortunados e conhecedores de soluções de poupança, que os protegem deste fenómeno.

Na realidade, desde 1971, as principais divisas mundiais não pararam de perder valor, excepto o mercado accionista norte-americano:

  • Janeiro de 1975 – 175,3 USD por onça; Outubro de 2019 – 1.500 USD por onça; o dólar norte-americano perdeu 88% do seu valor;
  • Janeiro de 1975- 52.691 JPY por onça; Outubro de 2019 – 160.657 JPY por onça; o Iene japonês perdeu 67% do seu valor;
  • Janeiro de 1975- 75 GBP por onça; Outubro de 2019 – 1.224 GBP por onça; a libra esterlina perdeu 94% do seu valor;
  • Janeiro de 1975- 0,40 USD por um índice S&P 500; Outubro de 2019 – 1,97 USD por um índice S&P 500. Em USD, o índice S&P 500 subiu 12% ao ano, enquanto o Ouro apenas 7%, ou seja, o mercado bolsista norte-americano foi o único que permitiu uma protecção contra a inflação.

Na verdade, a partir do momento da abolição do padrão-ouro, a invasão bárbara teve lugar: ciclos permanentes “bolha / Crash”, crises bancárias (Chipre e Grécia há poucos anos), resgates de estados (Grécia, Irlanda e Portugal, recentemente), tudo aconteceu!

Para evitar que os invasores cheguem à sua porta, o leitor deverá tomar o assunto em mãos, formando-se em mercados financeiros, através de cursos de bolsa onde lhe explicam como investir em metais preciosos e outras classes de activos.

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