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A Geração Mais Egoísta da História?

  • A Geração Mais Egoísta da História?

Há dias, comemorámos mais um aniversário do actual regime, que já conta com 47 anos. A geração que liderou ou presenciou na sua juventude o golpe de estado que colocou um ponto final na ditadura encontra-se agora reformada ou na iminência da mesma.

Qual será o seu legado às gerações vindouras? Que país irá deixar?

Uma coisa é certa: o actual regime é o campeão das dívidas! Nunca o país esteve tão endividado na sua história. No final do primeiro trimestre de 2021, a dívida pública portuguesa representava 137% do PIB (ver Figura 1), algo nunca superado por anteriores regimes.

No final de 1974, no rescaldo de guerras coloniais em várias frentes, a dívida pública representava apenas 14% do PIB; desde então, a dívida pública subiu 123 pontos percentuais!

Figura 1

Nos últimos anos, assistimos a uma pletora de conspícuos “empresários”, quase sempre provenientes da área do metro quadrado, seja de habitações ou terrenos, licenciados ao postigo, a desfilarem no edifício da democracia, com o propósito de responderem sobre os milhares de milhões de euros que obtiveram de crédito da nossa banca, quase sempre sem garantias, utilizando sempre uma regra: se é incobrável, a dívida é de todos nós; se corre bem, é deles!

Tudo isto debaixo do olho de um exército de supervisores, auditores e conselhos fiscais, e sabe-se lá mais o quê; ainda por cima, nas inquirições dos ilustres deputados, surgem sempre ataques de amnésia; ou então respondem num tom jocoso, chasqueando dos néscios que pagam impostos!

Este é o plangente cenário que os nossos filhos e netos enfrentam agora e no futuro. Uma proporção crescente dos seus impostos serve para pagar esta monstruosa dívida pública que não cessa de registar novos máximos (hoje, situa-se em 275,3 mil milhões de Euros).

Para agravar a situação, quando entram no mercado de trabalho são “convidados” a contribuir para o esquema em pirâmide denominado Segurança Social.

Este sistema público de pensões apresenta duas diferenças em relação ao ínclito falecido Sr. Madoff: (i) a adesão é forçosa; ao contrário do Sr. Madoff, este prometia retornos seguros através de um método secreto, infalível e tecnicamente sublime; (ii) a saída do sistema só está autorizada numa determinada idade, que a cada “espectacular reforma” é empurrada lá para a frente, um dia destes aos 80 anos; o Sr. Madoff dizia que o cliente nunca mais poderia voltar ao clube.

O actual mercado de trabalho não permite qualquer ascensão social em Portugal. Para um salário de 1.000 Euros brutos – um dia destes dizem-nos que já se trata de um milionário -, o estado arrecada 37% do montante despendido pelo empregador privado (ver Figura 2).

O nosso jovem ainda não começou a comer, a divertir-se ou a deslocar-se, tudo actividades sujeitas a uma avalanche de tributos e taxas – no final, mais de 60% fica nas mãos do estado. Depois surpreendem-se que os jovens decidam sair daqui à primeira oportunidade!

Figura 2

A geração que liderou a mudança de regime beneficiou ao longo de anos de baixos impostos e escassa regulação: pôde enriquecer e acumular capital. Para a nova geração o oposto de tudo isto.

Hoje, inseridos na União Europeia, temos desconhecidos comissários europeus – na sua maioria políticos falhados, que encontram aí uma reforma dourada –, que produzem milhares de páginas de legislação, sem qualquer controlo democrático, pois ninguém os conhece ou os pode castigar com o seu voto, e que são responsáveis pela destruição de milhares de pequenos negócios ou pelo não aparecimento de novos projectos.

Um jovem que tente empreender é morto à nascença, não tem a mínima hipótese. Caso seja caturra e logre prosperar, os reguladores sectoriais encarregar-se-ão de o exterminar ou impedir que ganhe dimensão.

Será obrigado a cumprir uma infinidade de normas e regras que restringem a comercialização ou incrementam substancialmente os custos, ocupando-o, ao mesmo tempo, com uma panóplia de papéis e burocracias, em lugar de se dedicar aos seus clientes.

Caso não cumpra – a legislação está escrita com esse propósito – será multado e perseguido sem qualquer benevolência: multas e sanções será o prato servido.

Em que conjuntura vive? Que ideias ou medidas prosperam?

  • Paraísos fiscais diabolizados – bom mesmo é o inferno fiscal em que isto se tornou;
  • Crescente legislação relacionada com o branqueamento de capitais, com âmbito alargado (agora até os cofres nos bancos deixaram de ser anónimos) e sanções agravadas;
  • Incremento permanente das taxas de imposto – agora concertadas entre estados; vejam-se as propostas fiscais da nova administração norte-americana.

Os seus rendimentos não escaparão à malha do fisco. Este agora dispõe de poderes mais alargados que uma polícia política; a nível internacional, beneficia de trocas de informações com todos os estados do globo; no futuro, terá ainda mais informação, em resultado do fim do anonimato do dinheiro físico ou das contas bancárias em certas partes do mundo.

Com as moedas digitais dos bancos centrais, todas as entradas e saídas da sua carteira digital serão sujeitas à vigilância permanente de um enorme Big Brother. Não terá escapatória!

O contexto económico é agora crescentemente negro, diminuindo quaisquer possibilidades de um jovem poupar e acumular capital.

Apesar da colossal dívida pública – no final de Março de 2021 registava um novo máximo histórico de 275,3 mil milhões de Euros –, a convergência económica com os países ricos foi uma miragem ao longo destes 47 anos, como se pode observar na Figura 3.

A comparação com o passado é confrangedora: face à dívida contraída, o desempenho económico é medíocre, apenas 5 pontos percentuais em relação a 12 países desenvolvidos. Estamos ainda pior do que há 170 anos!

Figura 3

A geração mais velha entregou a soberania monetária ao Banco Central Europeu (BCE); o que nos trouxe?

Juros a 0%, não reflectindo a procura e oferta por poupança, e uma cascata de crédito, resultando numa subida vertiginosa do preço das casas, impossibilitado qualquer jovem de adquirir casa própria; e caso decida avançar para a loucura, endivida-se até à sepultura.

Um sistema de reservas fraccionadas, um esbulho de propriedade privada, concentrado numa única entidade, como é caso do BCE, permite um enorme esquema piramidal que envergonharia o falecido Sr. Madoff.

A máquina de inflação tornou-se gigantesca, permitindo financiar os grandiloquentes programas da União Europeia, como é caso da Bazuca Europeia.

Alguém julga que é gratuito, que o dinheiro cairá do céu? Obviamente, será pago com inflação.

Esta insanidade monetária já se reflecte no preço de bens essenciais, apesar de sistematicamente negado pelos bancos centrais, no presente ano (ver Figura 4; até à sessão do último dia 11 de Maio de 2021) temos, de forma aproximada e medido em USD, a Madeira a subir 100%, a Carne de Porco a subir 60%, o Milho a subir 57% e o Petróleo a subir 33%!

A inflação já é uma realidade e irá destruir por completo o poder aquisitivo do dinheiro, afectando em particular os mais débeis da sociedade, precisamente os mais jovens – aqueles que estão longe da impressora.

Figura 4

Os que ao longo da vida logrem poupar não conseguirão obter um depósito no banco que compense a erosão causada pela inflação, em resultado da repressão financeira decretada pelos bancos centrais – juros 0% é a sua receita permanente, com o único propósito de salvar estados falidos, como é o caso do estado português.

Eis o milagre europeu que nos é servido todos os dias nas TVs: panegíricos ao BCE e à genialidade dos seus governadores. Os mesmos que há anos imprimem dinheiro sem fim, que irá provocar uma inflação galopante, afectando em particular os mais jovens – sem património imobiliário ou valores mobiliários que se valorizem e compensem a depreciação do dinheiro.

A geração que liderou a mudança de regime, que beneficia do poder há 47 anos, elaborou a Constituição Portuguesa de 1976 e que até há poucos anos era sagrada. Esperava-se que a respeitasse; no entanto, em nome de uma “crise sanitária”, decidiu rasgar o documento fundador do actual regime.

Até as escrituras do regime estão a ser rasgadas, para que os mais novos não conheçam liberdades, garantias e direitos.

Em nome de uma possível transmissão por assintomáticos, nunca comprovado pela ciência até ao momento, foi retirado às crianças o direito ao ensino presencial – tivemos dois anos lectivos destruídos.

Esta decisão teve maior impacto nas crianças mais desfavorecidas: sem PC ou Internet em casa, nem tão pouco com um ambiente em casa propício ao estudo; o desprezo pelo seu direito à educação foi completo.

Em nome de uma crise sanitária, retirámos à população, e em particular às crianças, o direito de respirar, obrigando-os a usar uma máscara durante horas a fio (até no Reino Unido tal aberração foi abolida); no caso dos mais jovens, fruto desta imposição, a sua comunicação facial com o professor deixou de existir.

Mais um direito que foi retirado sem qualquer suporte científico; recordemos o documento da OMS – página 10 –  do final de 2020:

  • Actualmente são limitadas e variáveis as evidências científicas que corroboram a eficácia do uso de máscaras por pessoas saudáveis na comunidade com o intuito de prevenir a infecção por vírus respiratórios, incluindo o SARS-CoV-2;
  • Um grande estudo randomizado, de base comunitária, no qual 4.862 participantes saudáveis foram divididos em um grupo que usou máscaras cirúrgicas e um grupo controle, não encontrou diferença na taxa de infecção pelo SARS-CoV-2.”

Em nome de uma crise sanitária, retirámos à população o direito de trabalhar, encerrando pequenos negócios, reduzindo o seu horário de funcionamento e impondo-lhes restrições geradoras de enormes custos, com um único propósito: colocar milhares na sopa dos pobres e na fila da esmola estatal, que vive do dinheiro impresso do BCE.

Em nome de um “crise sanitária”, vivemos agora impedidos de circular livremente. Há uns dias, entre concelhos do nosso país, agora entre os diferentes países da União Europeia, ao arrepio do que está determinado no acordo de Schengen.

Para viajar, a União Europeia informa-nos que temos de provar três coisas: (i) estar vacinado; (ii) ter um teste PCR negativo; (iii) ter estado infectado:

  • Em relação à vacina, nenhum documento dos produtores das vacinas nos assegura que uma pessoa vacinada não possa ser infectada ou transmitir o vírus (Moderna; Pfizer; AstraZeneca). Estranha-se esse privilégio….
  • A credibilidade do teste PCR já foi destruída pelo Tribunal da Relação de Lisboa, bem como pelo CDC norte-americano, que agora vem pedir que o número de ciclos praticados aos vacinados seja de apenas 28; para o terror e propaganda 35 ou mais!
  • Já surgem notícias que os infectados voltam a testar positivo!

O que parece claro é que os mais velhos entendem necessário implementar a segregação e o condicionamento dos mais jovens, pois estes são os mais relutantes em aceitar a vacinação.

A este respeito, parece que o estado deixou de respeitar a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos por si subscrita, fazendo parte integrante do direito nacional (artigo 8º da Constituição Portuguesa).

Destacamos os seguintes artigos:

  • Artigo 3º, número 2: “Os interesses  e  o  bem-estar  do  indivíduo  devem  prevalecer  sobre  o  interesse exclusivo da ciência ou da sociedade”;
  • Artigo 6º, número 1: “Qualquer intervenção  médica  de  carácter  preventivo,  diagnóstico  ou terapêutico só deve ser realizada com o consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa em causa, com base em informação adequada. Quando apropriado, o consentimento deve ser expresso e a pessoa em causa pode retirá-lo a qualquer momento  e  por  qualquer  razão,  sem  que  daí  resulte  para  ela  qualquer desvantagem ou prejuízo.

Por que razão nos obrigam a testes PCR, que é um simples diagnóstico médico?

Ainda por cima, a esmagadora maioria aplica-se a pessoas sem quaisquer sintomas, obrigados a realizá-lo para poderem simplesmente entrar num avião ou agora num estádio de futebol; o que falar de pais que consentem tais testes nos seus filhos, quando estes não apresentam qualquer sintoma? Alguém tem uma ideia do impacto emocional que esta loucura irá deixar nas gerações futuras?

Em nome de uma “crise sanitária”, o estado decidiu eliminar o direito à propriedade privada – agora está em risco, nada como o argumento da saúde – , utilizando requisições suportadas ao abrigo da saúde pública com o argumento de alojar trabalhadores rurais sem habitações condignas; o mesmo estado que autorizou e permitiu tal situação (Resolução do Conselho de Ministros n.º 179/2019):

  1. Definição das instalações de alojamento temporário amovíveis: Construções modulares ligeiras e amovíveis, tipo contentor ou de características similares, adequadas a fins de alojamento de trabalhadores agrícolas temporários.
  2. Objetivo das instalações de alojamento temporário amovíveis: Criar condições dignas de habitabilidade aos trabalhadores agrícolas.

Mas talvez a pior herança da geração mais velha é ter permitido o desaparecimento de uma imprensa livre, capaz de escrutinar o poder e procurar a verdade dos factos; não só desapareceu, com ainda são publicadas leis que fazem regressar a sombra do lápis azul.

O que resta? Propaganda, uma estrela que nos entra em casa todos os dias aos guinchos e meijengros a discutir futebol durante horas a fio.

Uma imprensa que esteve durante meses a propagar o terror, a explorar o medo e o colapso do Sistema Nacional de Saúde, filmando ad nauseam filas de ambulâncias paradas em frente a um hospital e colocando sistematicamente no ar estatísticas de mortos, internados e infectados, com os comentários de “peritos sanitários”, agora estrelas nacionais – a ânsia de protagonismo era elevada.

Em tempos recentes também adoptaram outra profissão: delegados de propaganda médica de vacinas.

Desinformação?

O portal do Serviço de Nacional de Saúde informa-nos que o último mês de Janeiro (ver Figura 5) registou a mais baixa taxa de ocupação hospitalar dos últimos 9 anos – não existem estatísticas de anos anteriores! – , confirmado pelo ex-presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar São João.

Este ainda afirmou ter existido, durante 2020, o equivalente a três hospitais da dimensão do Hospital de S. João vazios!

Figura 5

Este é a imprensa que coloca no ar “especialistas” que afirmam que as UCIs estão a 300%, quando na verdade nem superam os 87% (dados; análise); uma imprensa sem contraditório, com uma única narrativa, que apenas transmite propaganda; nem tão pouco alerta a população do seguinte:

  • As vacinas não estão aprovadas (There is no FDA-approved vaccine to prevent COVID-19), apenas são administradas através de uma autorização especial, apenas possível porque a OMS declarou a situação como uma pandemia;
  • Em parte alguma o documento emitido pelas autoridades de saúde garantem qualquer imunização (The Pfizer-BioNTech COVID-19 Vaccine is an unapproved vaccine that may prevent);
  • A não transmissão aos demais por uma pessoa vacinada não está garantida;
  • Nem tão pouco nos asseguram a duração (The duration of protection against COVID-19 is currently unknown) da putativa imunidade.

Esta é a imprensa que nada informa, apenas lança encómios diários à fantástica poção mágica que nos irá salvar de todos os males do mundo.

A geração mais velha que viu a sua privacidade sempre respeitada, permite agora que a mesma seja abolida pelo estado. Temos multas caso não respondamos ao censos, em que temos de submeter o nosso nome completo, contactos, a nossa entidade patronal, para onde nos deslocamos, qual a dimensão da nossa casa, se temos uma casa de férias, por onde nos deslocamos entre a casa e o trabalho; em paralelo, o sector privado é submetido a uma lei de protecção de dados que implica multas milionárias a quem não respeita uma infidável lista de direitos e restrições!

Para o estado tudo, para o cidadão nada!

Infelizmente, a juventude portuguesa revoltou-se pelas piores razões. Foi a festa do futebol que possibilitou um grito de indignação em relação à tirania que a geração mais velha quer impor às demais.

A geração que triunfou com a mudança de regime quer destruir o futuro dos mais novos e abrir-lhes as portas a um inferno sem qualquer liberdade!

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